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Caleidoscópio

De escravos a indígenas: O longo processo de instrumentalização dos africanos (séculos XV-XX)

De escravos a indígenas: O longo processo de instrumentalização dos africanos (séculos XV-XX)

Isabel Castro Henriques

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A Autora

Isabel Castro Henriques nasceu em Lisboa em 1946, tendo-se licenciado em História em 1974, na Universidade de Paris I – Panthéon-Sorbonne. Em 1993, doutorou-se em História de África na mesma universidade francesa, com uma tese consagrada ao estudo da Angola oitocentista, publicada em francês ( Commerce et Changement en Angola au XIXe siècle, Paris, L’Harmattan, 2 volumes, 1995) e posteriormente em português sob o título Percursos da Modernidade em Angola. Dinâmicas Comerciais e Transformações Sociais no século XIX, Lisboa, IICT, 1997.

É Professora Associada com Agregação, Aposentada, do Departamento de História da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde introduziu os estudos de História de África em 1974, ensinando História de África, História do Colonialismo Português e História das Relações afro-portuguesas entre 1974 e 2010. Orientou (e orienta) dissertações de mestrado e de doutoramento nestas áreas do conhecimento histórico, continuando a desenvolver a sua pesquisa histórica sobre África e sobre os Africanos no Centro de Estudos sobre África (CEsA) / ISEG-Universidade de Lisboa, onde é investigadora.

Além de trabalhos vários, como projectos de investigação, exposições, colóquios, publicou livros e artigos, dentre os quais: A Rota dos Escravos: Angola e a rede do comércio negreiro, em colaboração, Lisboa e Luanda, FLAD, 1996; São Tomé e Príncipe. A invenção de uma sociedade, Lisboa, Vega, 2000; O Pássaro do Mel. Estudos de História Africana, Lisboa, Colibri, 2003; Os Pilares da Diferença. Relações Portugal-África - Séculos XV-XX, Lisboa, Caleidoscópio, 2004; Território e Identidade – A Construção da Angola Colonial, Lisboa, Centro de História-Universidade de Lisboa, 2004; A Herança Africana em Portugal (séculos XV-XX), Lisboa, CTT- Correios de Portugal, 2009; “Construção e desconstrução do herói colonial”, in H. Fernandes, I. Castro Henriques, J. Silva Horta, S. Campos Matos, eds., Nação e Identidades. Portugal, os Portugueses e os Outros, Lisboa, Caleidoscópio, 2009; “Colonialismo e História”, in Sérgio Campos Matos, coord., Dicionário de Historiadores Portugueses- Da Academia Real das Ciências ao Final do Estado Novo, Lisboa, Biblioteca Nacional de Portugal e Centro de Historia da Universidade de Lisboa, 2014; “Classificar o Outro: historização e flutuação dos conceitos”, in Benet, Farré, Gimeni e Tomàs, eds., Reis Negres, Cabells Blancs, Terra Vermella, Barcelona, Bellaterra 2016; “Os Africanos em Portugal: integração e africanidade (séculos XV-XIX)” e “Modalidades da ‘escravatura’ no centro-sul de África (séculos XVIII-XIX)”, in História Geral da África da UNESCO, volume 9, Paris, UNESCO, no prelo.

 

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Sinopse

Este livro, que reúne um conjunto de textos escritos ao longo de quarenta anos e dispersos em publicações de natureza diversa, nem sempre de acesso fácil, tem como objectivo contribuir para uma renovação da historiografia relativa às relações entre Portugal e África, no domínio concreto das formas de instrumentalização dos Africanos levadas a cabo pelos Portugueses durante quase cinco séculos. Um longo processo, cuja natureza interna se revelou capaz de metamorfose e reconversão nos séculos XIX e XX, assegurando a continuidade do ‘uso’ violento das populações africanas, recorrendo a um aparelho classificatório novo - selvagens, indígenas, assimilados - destinado a manter os Africanos na esfera da dominação portuguesa, contribuindo para legitimar a sua escravização e fixar interpretações deformadoras da História.

Se uma primeira vertente visa proceder a uma revisão da história da escravatura e do tráfico negreiro e das suas ideologias nos espaços de ‘ocupação’ portuguesa, como Angola, uma segunda linha de estudo privilegia o documento iconográfico como fonte histórica, sublinhando a sua dimensão histórica e informativa. Finalmente, a terceira linha deste estudo procura pôr em evidência a evolução do processo de instrumentalização portuguesa dos Africanos, que recorre a categorias classificatórias inéditas – selvagem, indígena, assimilado - e a práticas que emergem do trabalho escravo do passado para assegurar a exploração colonial das populações africanas.

Juízos de valor, mercantilização, coisificação, exploração, ridicularização dos homens africanos fabricaram imaginários portugueses que reduziram o preto/africano a escravo, o selvagem/indígena a preguiçoso, ladrão e bêbado, o assimilado/’civilizado’ a cópia ridícula e negativa do branco/português, consagrando a inferiorização dos Africanos, e no mesmo movimento, glorificando a ‘raça’ portuguesa, hierarquizando as humanidades e valorizando a dimensão e a natureza das acções portuguesas primeiro esclavagistas, depois colonialistas, que deixaram marcas até hoje na sociedade portuguesa.

Detalhes

Autora: Isabel Castro Henriques
Edição/reimpressão: 2020
Formato: 170 x 240 x 22,4 mm
Páginas: 384
Tipo capa: Capa mole
Editor: Caleidoscópio
ISBN: 978-989-658-617-1