Panoramas Imaginários – Almada ou um lugar à janela

Os Panoramas (séc. XVIII) eram edifícios onde se podiam efetuar viagens imaginárias a lugares remotos do globo. A viagem em comboio realizaria anos mais tarde o que os panoramas ofereciam nessa altura, mas de forma imaginária. Acontece que sempre tive de viajar muito e assim, involuntariamente, fiz um curso particular de olhar o mundo através da janela.

Os "Panoramas Imaginários" fazem esse percurso entre a visão do viajante e a possibilidade de os imaginar. À janela, chegando a Almada, de barco, de comboio, de carro, de avião, entre muitos outros, este é um dos meus Panoramas preferidos. Viver Almada inevitavelmente é olhar para o rio ou para o mar. Convidar alguém para esta banda é quase sempre uma viajem às vistas que se dispõem em tantos lugares: Cacilhas, Ponto Final, Casa da Cerca, Cristo-Rei, Pousada da Juventude, Elevador, Miradouro dos Capuchos, a falésia sobre a Fonte da Telha e agora também o comboio quando atravessa a ponte.

Faço esta viagem panorâmica com uma série de amigos naturais ou com forte ligação à cidade. A sua contribuição ajudou a inventar esta visão fragmentada, que ousei através do papel, do lápis e das aguarelas.

"Panoramas Imaginários – Almada ou um lugar à janela" – exposição na Galeria Oficina da Cultura da Câmara Municipal de Almada, 29 de Fevereiro a 15 de Março de 2020.