Sinopse
Este livro é de história das ideias em que o autor nos mostra que os ensaios de António Sérgio propõem uma história escrita por um cidadão‐filósofo, crítica das perspectivas nacionalistas e da história erudita que sacraliza os factos e deprecia as hipóteses teóricas, e que na sua busca de uma história humana universal vê na compreensão da relevância das relações económico‐sociais uma faceta fundamental.
Neste livro é revisitada a obra historiográfica de António Sérgio, considerando aspectos essenciais da mesma: por um lado, o seu carácter ensaístico, com a proposta de teses fortes sobre a interpretação da história de Portugal, a contra‐corrente das interpretações românticas e nacionalistas, centradas ora nos argumentos rácicos, ora nos feitos de ‘grandes homens’, em geral movidos por 'elevados' ideais (expansão da fé, patriotismo, etc.) valorizadores de uma memória ancestral e de tradições a respeitar. Sérgio preferiu valorizar a significação cosmopolita da nossa história, os factores sócio‐económicos (em particular os ligados à circulação geral da riqueza e do desenvolvimento do capitalismo), a dialéctica entre economia e psicologia social, mantendo a atenção crítica da geração de 1870 em relação à decadência pós-Navegações.
